O novo capítulo da vida de Nathan Drake chegou finalmente à PlayStation 4, Uncharted 4: A Thief’s End leva-nos a conhecer lugares que só podíamos recriar no nosso imaginário e a viver autênticos contos como se fossemos nós na pele de Nathan.
A Naughty Dog, estúdio responsável por Uncharted 4: A Thief’s End (ou o “O Fim de um Ladrão” em português), trouxe-nos no passado jogos como Last of Us, Jak & Daxter e claro, a restante saga Uncharted, e até hoje ainda não conseguimos mostrar qualquer desagrado pelo seu trabalho. É um daqueles raros estúdios em que a qualidade é obrigatória e dificilmente nos conseguem desiludir.
Uncharted não precisa de apresentação, é uma saga já conhecida e adorada pelos jogadores. Em suma, lançado em 2007, foi um dos jogos com maior impacto na PlayStation 3. Impressionante pela sua qualidade visual, estabeleceu um novo patamar e grau de exigência nos jogos em terceira pessoa, com uma jogabilidade bem afinada, uma história que podia ser vivida por um público jovem, repleto de acção e momentos de nostalgia que pareciam tirados de filmes como Indiana Jones.
Depois de Last of Us em 2013, não esperávamos ter um novo capítulo de Uncharted, a Naughty Dog afirmou que o seu desejo era fazer uma trilogia por geração de consola, felizmente isso não aconteceu e Uncharted 4 viu a luz do dia.
Comecei Uncharted 4: A Thief’s End com muita expectativa para o que aí vinha mas ao mesmo tempo algum receio, que tipo de história podia a ND preparar uma vez que (achava eu), já estava tudo contado sobre Nathan Drake. Enganei-me. Uncharted 4 mexe com a nossa criança interior, com as aventuras que vivemos em sonhos e com as caças ao tesouro que brincávamos quando éramos mais novos. É um jogo com uma base sentimental muito forte, faz-nos viver na pele do personagem principal como poucos jogos o conseguem, é fantástico a forma como conseguem fazer-nos sentir como o Nathan Drake.
Da nossa parte podem contar com uma análise spoiler free, não vamos entrar em qualquer pormenor da história que vos pudesse estragar a experiência de jogar e viver este fantástico jogo.
O que podemos dar-vos é uma breve introdução e aconselhar-vos a aproveitarem para jogar a The Nathan Drake Collection que saiu recentemente e inclui os três capítulos que saíram na PS3, mas “remasterizados” para a PS4. Não é essencial que os joguem antes do 4 mas é essencial que os joguem nalgum ponto da vossa vida, são três excelentes jogos.
Em A Thief’s End, Nathan Drake encontra-se agora a viver uma vida pacata, com o seu trabalho sedentário a carimbar documentos e ocasionalmente a quebrar o ritmo com algumas sessões de mergulho, enquanto tenta resgatar materiais perdidos no fundo do oceano. No final do dia espera-lhe o regresso a casa, para a companhia de Elena, a sua antiga companheira de aventura (a par com Victor Sullivan) e actual mulher.
Pouco acontece, Drake sente a falta da aventura e pela primeira vez na saga temos conhecimento da existência de um irmão e é aqui que tudo muda e uma nova aventura começa. O resto cabe a vocês viverem, não se vão arrepender.
O tema da aventura centra-se em torno dos dois e da procura pelo tesouro do famoso “Rei dos piratas”, Henry Avery. Apesar da saída de Amy Henning, a famosa escritora que tem trabalhado com a Naughty Dog, Uncharted 4 conseguiu equilibrar bem a narrativa e apresentar-nos uma história simples, com alguns sobressaltos pelo caminho e que se adapta a qualquer audiência.
Visualmente podem esperar o máximo que a PlayStation 4 vos consegue proporcionar. Foi o jogo onde guardei mais imagens até hoje (graças ao Photo Mode que já vem incluído), isto porque existem muitos locais que vos vão fazer parar de jogar e simplesmente observar. A vegetação, a luz, a temática, toda a vida envolvente, é de tirar o chapéu à Naughty Dog, a dimensão dos cenários é perfeita e consegue convidar-nos a alguma exploração em vez de ser sempre em frente. As áreas encontram segredos e tesouros espalhados, pequenos detalhes que a ND insere de forma brilhante. No que toca ao desempenho a vossa PS4 vai suar muito para acompanhar com Nathan Drake, as ventoinhas não baixam de rotação e os únicos solavancos que podem aparecer serão muito raros e não atrapalham a experiência global do jogo.
Como tem sido habitual, de jogo para jogo a ND vai subindo a fasquia e em termos de mecânicas podemos contar com um novo gancho com corda. É uma boa inclusão e consegue ser usado em várias situações, seja para baloiçar, trepar, puxar objectos ou correr pelas paredes. Uma série de novas animações também foram incluídas no sistema de combate que foi ainda mais refinado em UC4. Agora podem em ritmo frenético saltar a partir de uma corda para cima dos inimigos ou através de uma janela ou parapeito, como se tivessem num filme de acção.
A Thief’s End parece muito isso, um filme de acção. Toda a aventura é nivelada por alturas de exploração, combate, puzzles ou cutscenes. Até hoje ainda não tínhamos tido um Uncharted com tantas cutscenes como temos agora, o jogo não tem qualquer pressa em avançar e dá-nos tempo para respirar entre cada parte e aprofundar um pouco mais os personagens. Em muitas alturas é como se estivéssemos a viver um filme, com flash backs, intrigas, confrontos, sentimentos, sacrifícios e muita, mas mesmo muita…acção.
Os controlos e a jogabilidade no seu todo não vão estranhar a quem jogou os anteriores, as mecânicas e controlos são praticamente os mesmos e tudo o que for novidade é foi facilmente introduzido por um tutorial no inicio do jogo.
A interpretação das vozes está ao nível do que já estamos habituados, uma excelente qualidade na versão original com actores como Troy Baker (claro) e Nolan North a darem a sua voz. A versão portuguesa essa não fica tanto dentro do nosso agrado mas é importante marcar presença para o público mais jovem, no entanto a nossa dica é ficarem pela versão original se querem aproveitar o jogo no seu esplendor.
Uncharted 4: A Thief’s End é um dos melhores jogos da geração, uma autêntica obra prima. Estamos rendidos.
Se para além de uma excelente aventura procuram também um jogo com conteúdo podem contar com Uncharted 4. Para além da campanha, podem depois ir até ao multi-jogador (será falado numa outra análise dedicada) ou fazerem o mesmo que nós: investir nos bónus disponíveis para desfrutarem dos diferentes filtros de imagem ou vantagens enquanto repetem a campanha por uma segunda vez. A ND tentou proporcionar o máximo conteúdo possível e com isso deu-nos uma série de coleccionáveis para irmos apanhando ao longo do jogo e ainda uns tantos desbloqueáveis que servem para os dois modos de jogo.
Como fã do trabalho da Naughty Dog sou suspeito mas posso afirmar que Uncharted 4: A Thief’s End é um dos melhores jogos da geração, uma autêntica obra prima. Estamos rendidos.