Tiebreak é o mais recente simulador de ténis, que surge para desafiar o igualmente recente Top Spin 2K25, numa luta pelo primeiro lugar no ranking dos simuladores de ténis. Mas será que Tiebreak está à altura do desafio?
Primeiro Set – Disclaimer
Antes de iniciarmos a análise, é necessário fazer um esclarecimento sobre o motivo da sua demora. No momento do lançamento, o jogo apresentava inúmeros bugs, tanto visuais como, principalmente, de jogabilidade. A movimentação era confusa e pouco natural, com transições desastrosas entre andar e correr. A dificuldade era desequilibrada: enquanto se perdia por 6-0 na dificuldade normal, era possível vencer por 6-0 num nível mais baixo. Havia, ainda, outros problemas, como a preferência em receber do que servir, o que comprometia seriamente a experiência inicial com Tiebreak.
Felizmente, após o lançamento, foram disponibilizadas várias atualizações que melhoraram significativamente o jogo, especialmente no que diz respeito à jogabilidade e ao equilíbrio da IA.
Segundo Set – O equilíbrio
Depois de um “primeiro set” perdido de forma clara, o segundo começou com as melhorias trazidas pelas atualizações. Estas corrigiram diversos aspetos, por isso, vamos abordar o que Tiebreak tem para oferecer.
Este é o jogo oficial da ATP e da WTA, trazendo todas as licenças e direitos dos principais courts do circuito ATP/WTA, bem como os jogadores mais famosos, como Djokovic, Federer e Nadal, entre outros.
Os modelos dos jogadores de topo são bastante realistas no que toca ao aspeto físico. Dentro do court, há uma certa diferenciação no estilo de jogo entre os jogadores principais. No entanto, os movimentos e gestos são uniformes, sem distinção. Festejos e reações são iguais para todos os atletas.
Tiebreak oferece vários modos de jogo. Para os novatos, é recomendado começar pelos tutoriais. No entanto, estes podem ser bastante frustrantes, já que exigem precisão extrema ao colocar a bola em áreas muito pequenas.
Além dos tutoriais, podemos escolher entre mais de 90 torneios disponíveis e jogar com um dos 120 profissionais representados no jogo. Embora o destaque tenha sido dado aos jogadores de topo, nem todos os 120 receberam o mesmo cuidado gráfico, algo esperado neste tipo de jogos.
Existe também o “Desafio Djokovic”, que recria alguns dos momentos mais marcantes da sua carreira, permitindo ao jogador reescrever a história e vencer jogos que o sérvio perdeu.
Terceiro Set – Os Ases do jogo
Tiebreak inclui um modo online, no qual, durante os testes, não encontramos quaisquer problemas. Os adversários foram encontrados rapidamente e a jogabilidade manteve-se fluida.
Podemos optar por partidas únicas ou participar em torneios semanais, que se diferenciam pela localização e pelo género, seja masculino (ATP) ou feminino (WTA). No final, existe um leaderboard com a classificação dos jogadores.
No entanto, o modo mais interessante de Tiebreak é, sem dúvida, o modo carreira. Como noutros simuladores desportivos, começamos com um jogador de atributos básicos e, à medida que vencemos jogos, ganhamos XP, que se converte em pontos de treino. Cumprir os objetivos nos treinos permite melhorar os atributos do jogador.
O dinheiro também desempenha um papel importante. Em cada torneio, o valor dos prémios aumenta consoante a popularidade, dificuldade e fase alcançada. Esse rendimento pode ser usado para contratar treinadores, que ajudam a melhorar a recuperação e stamina do jogador, ou para atrair patrocínios à medida que subimos no ranking.
Infelizmente, o modo carreira carece de profundidade. As tarefas resumem-se a gerir o tempo entre descanso, treino e torneios, com uma barra de popularidade que, na prática, parece inútil, pois não afeta a jogabilidade.
Este modo tem potencial, mas necessita de mais variedade e objetivos para não se tornar repetitivo.
Quarto Set – Break Point
No que toca à jogabilidade, Tiebreak apresenta altos e baixos. Como mencionado no início, o lançamento foi marcado por problemas técnicos. Contudo, a equipa da Big Ant Studios trabalhou arduamente para corrigir muitas falhas através de atualizações.
A perspetiva da câmara é sempre a mesma, posicionada atrás do jogador. Os courts mudam de acordo com o torneio e o tipo de piso. Porém, não notámos diferenças substanciais entre jogar na relva ou terra batida, o que é desapontante num simulador de ténis, dadas as características distintas destes pisos.
O jogo oferece uma variedade de pancadas, como topspin, lob, flat e slice, cada uma com a sua utilidade e momento apropriado. É necessário escolher a técnica adequada e combiná-la com a direção, força e efeitos, utilizando os botões e analógico de forma precisa.
Cada uma destas pancadas está associada uma tecla (triângulo, quadrado, cruz ou círculo) podendo acrescentar alguns efeitos com R1 e drops com R2. Existe a possibilidade de preparar a pancada com L1 e L2, embora isso venha com o risco de recebermos a bola no lado que menos esperamos.
Embora esta complexidade requeira adaptação, distancia Tiebreak dos jogos de ténis mais “arcade”.
Apesar das melhorias na movimentação, o controlo do jogador ainda é problemático. A transição entre andar e correr pode ser frustrante e alguns movimentos parecem bruscos. Quando se tenta alcançar uma bola, o jogador por vezes “teleporta-se” para realizar a animação do golpe, o que quebra a imersão.
Outro elemento pouco explorado é a barra de stamina, que raramente tem impacto. Além disso, as diferenças entre jogar com Djokovic ou com um jogador recém-criado são mínimas. A única diferença parece ser a força do serviço ou pancada, porque em termos de colocação da bola ou erros, ambos apresentam valores parecidos ou semelhantes.
Era de esperar uma maior distinção no número de erros forçados e não forçados, de acordo com as estatísticas de cada jogador, mas isso não acontece.
Quinto Set – Tiebreak
Tiebreak oferece ainda a possibilidade de criar e personalizar o nosso jogador e court de ténis.
Graficamente, o jogo varia entre o bom e o razoável. Embora os jogadores de topo sejam representados com grande realismo, os modelos de jogadores genéricos deixam muito a desejar, parecendo pertencer a gerações de consolas anteriores, o que é particularmente evidente no modo carreira.
Tiebreak é um simulador de ténis com grande potencial, mas que ainda precisa de afinar alguns aspetos. A jogabilidade, embora complexa e voltada para o realismo, sofre com algumas falhas na movimentação e falta de distinção entre jogadores de diferentes níveis.
O modo carreira, embora interessante, torna-se repetitivo e carece de mais opções e consequências reais nas decisões do jogador. Apesar dos esforços contínuos da equipa de desenvolvimento para corrigir os problemas iniciais, o jogo ainda não consegue oferecer uma experiência completamente satisfatória, especialmente quando comparado com outros títulos do género. No entanto, para os fãs de ténis, Tiebreak tem qualidades que justificam dar-lhe uma oportunidade, especialmente após as melhorias feitas.