The Precinct Cover

The Precinct – Análise

The Precinct
Release Date
13 Maio, 2025
ESTÚDIO
Fallen Trees Games
Género
Simulador policial
Plataformas
Xbox Series, Xbox One, PlayStation 5, PlayStation 4 e PC

The Precinct é o jogo policial que há muito esperava jogar — mesmo que não consiga explorar todo o potencial que tem para oferecer.

The Precinct era um jogo que há muito tempo esperava jogar. Talvez pela nostalgia dos jogos top down que tão popular eram nos anos 90, ou simplesmente porque esperava um jogo que conseguisse transmitir o ambiente de um bom jogo de ação na perspetiva de um polícia.

The Precinct consegue tudo isso, respeitando o passado e honrando-o com mecânicas e um aspecto atual. Não quer isto dizer que The Precinct é um jogo perfeito. Tem alguns problemas e falhas que acabam por minar um pouco a experiência, não conseguindo com isso aproveitar todo o seu potencial.

Hill Street Blues

Como já referimos, este jogo tem uma perspetiva top down. A comparação para os primeiros GTA é compreensível, embora na nossa perspetiva, The Precinct assemelha-se mais com Hill Street Blues (o jogo).

As influências da série estão bastante presentes no jogo, algo que o estúdio Fallen Trees Games tem orgulho de mostrar:

O jogo com o mesmo nome saiu em 1991 para Atari e PC e, na sua essência, faz-nos lembrar em muito The Precinct, onde o objectivo passava por manter a paz e ordem nas ruas.

Em The Precinct jogamos no papel de Nick Cordell, um jovem recruta filho de um importante polícia que havia sido assassinado. Averno City, cidade fictícia onde o jogo se desenrola e baseada em New York, encontra-se assolada por uma enorme vaga de crimes e corrupção. O ano é 1983 e cabe-nos a nós lutar por uma cidade que está à beira do colapso.

A cidade que nunca dorme

Mal começamos o jogo é-nos atribuído um parceiro à beira da idade da reforma. Como tal, o seu grande desejo seria uns últimos dias calmos, para conseguir chegar confortavelmente à reforma.

Cada turno tem uma duração, zona e altura do dia diferentes. Além disso, os objetivos diferem no método de transporte (carro, helicóptero ou a pé) e no tipo de crimes que nos devemos focar (passar multas, intervir em casos de vandalismo, assalto entre muitos outros). No entanto, o facto de estarmos focados num tipo de crime não significa que o nosso turno seja limitado a esse tipo de crimes.

Podemos ativamente presenciar um crime e intervir (ou não) na apreensão do suspeito ou podemos ser proativos e revistar pessoas que estão simplesmente a viver a sua vida. Também é possível limitar-nos a passar multas a carros mal estacionados.

Quando patrulhamos as cidades de carro podemos igualmente presenciar crimes e intervir (atropelamentos, excesso de velocidade ou condução perigosa) ou, mais uma vez, ser proativo e verificar se a matrícula em questão tem algum mandado de detenção.

Por fim, podemos patrulhar os céus de Averno City através de um helicóptero de patrulha. O nosso trabalho resume-se muito a dar suporte e seguir os suspeitos, podendo chamar diferentes tipos de backup com o intuito de neutralizar os suspeitos.

Crimes para todos os tipos

Como já tínhamos referido, existem vários tipos de crimes e várias maneiras de os detetarmos (passiva ou proativamente). O que ainda não referimos é a existência de diferentes reações do suspeito é presença de um agente da autoridade. Os suspeitos podem simplesmente começar a fugir (a pé ou roubando um carro), render-se de imediato, começarem a disparar contra a polícia. E o tipo de reação não está estritamente ligado ao tipo de crimes que estão a ser acusados, dando um agradável sentido de imprevisibilidade em cada busca ou crime.

Quando um suspeito tenta fugir começa a perseguição onde temos vários tipos de abordagem sobre como imobilizá-lo. Podemos correr atrás dele e derrubá-lo (opção mais utilizada) ou, quando temos autorização para tal, imobilizá-lo com um taser ou com uma das muitas armas de fogo disponíveis em The Precinct.

Os tiroteios são uma autêntica chuva de tiros de um lado para o outro, aqui, sim, fazendo lembrar um pouco dos primeiros GTA. Existem várias armas que podemos usar, desde caçadeiras, assault riffles, pistolas entre outros que vamos desbloqueando ao longo do jogo.

De referir que não podemos usar força letal sem justificação. Se o fizermos faz-nos respawn, acabando com a missão e retirando-nos XP.

A subir nos ranks

O jogo tem uma componente RPG que permite ao nosso personagem ir evoluindo conforme vai ganhando XP. Consegue-se ganhar XP através de apreensão de criminosos, passando multas ou através de corridas, ou time trials que o jogo oferece, e que são uma excelente adição ao jogo visto estas serem relativamente desafiantes.

Conforme o nosso personagem evolui vai desbloqueando habilidades na skill tree. Algumas destas habilidades tem a ver com as capacidades físicas do nosso personagem (como um boost de fitness para as perseguições) enquanto outras estão relacionadas com o número de armas e munições que conseguimos trazer connosco ou mesmo tipos de backup que temos à nossa disponibilidade.

Além disso, por cada nível que o nosso personagem evolui desbloqueia armamento ou novos veículos que passam a estar ao nosso dispor.

Rinse and repeat

Apesar de The Precinct tentar fazer com que a jogabilidade tenha uma dose de imprevisibilidade na forma como os suspeitos reagem, a verdade é que isso acaba por não ser suficiente, e acabamos por cair num loop de ações que devido à sua repetibilidade, acabam por perder o encanto.

A história do jogo resume-se bastante a revistar/apreender pessoas em busca de provas contra os gangues da cidade. Quando encontramos provas suficientes conseguimos saber a localização de um dos seus cabecilhas, dando início a uma missão onde o nosso objetivo é capturá-lo.

Apesar de visualmente bastante apelativo, The Precinct sofre de alguns problemas nos controles do personagem. A condução é, no mínimo, desafiante e o uso de armas/mira também oferece alguma resistência e a inteligência artificial do nosso colega de profissão deixa por vezes muito a desejar.

Felizmente existem espalhados pelo mapa algumas atividades extrajogo que ajudam a equilibrar um pouco essa repetição. Os time trials e as corridas de veículos são o ponto alto dessas atividades secundárias. Corridas que se passam em vários pontos do mapa e que oferecem um grau de dificuldade considerável, conseguindo o perfeito equilíbrio entre desafiante e frustrante.

Além disso, existem também sítios específicos para efetuarmos saltos em rampas, e que temos um objectivo de metros alcançados. Por fim podemos contar com alguns colecionáveis espalhados pelo mapa.

De regresso aos anos 80

Um dos grandes pontos de destaque do jogo é a sua qualidade visual. O seu aspeto noir dos anos 80 é espelhado na perfeição, seja na luminosidade da cidade, os veículos, os edifícios. Tudo está um excelente nível, o que aumenta em muito a imersão do jogador numa época memorável, mas já um pouco longínqua dos dias de hoje,

Em termos de performance o resultado é maioritariamente satisfatório, embora se note alguma quebra de framerate em algumas ocasiões, mas nada de muito usual ou muito notório.

A história é-nos dada muito através de diálogos estáticos. O ênfase dos personagens nas suas linhas de diálogo não são do mais convincente que já vimos em tempos recentes. Fica a dúvida se isto é feito propositadamente ou não, de forma a homenagear clássicos antigos.

Um dos grandes problemas que tivemos com o jogo foi com os save games. Em duas situações distintas tivemos problemas sem razão aparente, e ficamos sem o save game. Uma das vezes conseguimos recuperar o save game através do patch 1.6, mas noutra foi necessário ir buscar o save game da cloud para não se perder todo o progresso. O jogo utiliza o mecanismo de auto-save e apenas parece ter um slot para os save games, se por algum motivo ele ficar corrompido, perde-se o progresso todo.

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The Precinct
The Precinct é o melhor simulador policial da atualidade, e faz uma justa homenagem às suas influências, apesar de nem sempre conseguirem dinamizar a jogabilidade, evitando a repetição constante de actividades.
Positivo
Aspeto visual
Jogabilidade (em grande parte)
Ambiente
A melhorar
Torna-se um pouco repetitivo
Alguns bugs e problemas técnicos
7

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