TLOU2 Remastered Destaque

The Last of Us: Parte II Remastered – Análise

TLOU2 Remastered Capa
Release Date
19 Janeiro, 2024
Estúdio
Naughty Dog
Género
Acção e aventura
Plataforma
PS5
PlayStation Store

The Last of Us: Parte II foi um dos jogos mais esperados da última geração. O sucesso do seu predecessor, lançado em 2013, foi avassalador, e as expectativas para a sequela eram altas. Lançado em junho de 2020 na PlayStation 4, The Last of Us: Parte II teve agora direito ao tratamento remaster na PS5, vem conhecer as novidades.

Uma vez que há coisa de três anos escrevemos a nossa opinião a The Last of Us: Parte II, achámos que não faria sentido repetir uma opinião detalhada sobre o que esperar ao embarcar nesta aventura; se realmente o querem fazer, podem ler a nossa opinião original.

Optámos por partilhar convosco um excerto da nossa opinião e focar o restante artigo nas novidades que este remaster oferece aos jogadores e qual as opção de actualização disponível para quem já tiver a versão PS4.

Destaque de The Last of Us: Parte II

O que esperar nesta versão remaster

The Last of Us Parte II Remastered conta com gráficos melhorados, um desempenho em resolução 4K (requer uma TV ou ecrã compatível com 4K) nativa no modo fidelidade, melhoramentos às taxas de fotogramas e compatibilidade com a taxa de atualização variável (VRR).

As melhorias gráficas incluem uma maior resolução das texturas, maiores distâncias do nível de detalhe, maior resolução das sombras e texturas solares, melhor taxa de amostragem de animações e não só. Os tempos de carregamento foram melhorados graças ao poderoso SSD da PS5 e fará uso total do feedback háptico e dos gatilhos adaptativos do DualSense para envolver os jogadores em cada passo desta aventura.

Para além disto, The Last of Us Parte II Remastered incluirá ainda conteúdos adicionais que explorarão secções nunca vistas e ampliarão outras que os jogadores adoraram e aqui entram, os níveis perdidos.

Os Níveis Perdidos

Ao todo são três os níveis perdidos que nunca chegaram à versão final do jogo e que agora estão disponíveis para ser explorados, ainda que os mesmos estejam incompletos, presos numa fase de desenvolvimento. A Naughty Dog teve aqui uma oportunidade bem aproveitada em oferecer conteúdo adicional aos jogadores e dar-nos uma perspectiva dos bastidores.

Nestes níveis podemos jogar e interagir normalmente com o meio ambiente, embora se note que existam algumas arestas que necessitavam de ser limadas caso fossem incluídos no jogo final. São experiências com uma abordagem linear e relativamente curta (cerca de 10 minutos para cada nível).

Estes níveis oferecem-nos uma interessante perspetiva dos desenvolvedores do jogo através de faixas de áudio espalhadas ao longo dos níveis e com as quais podemos interagir. É interessante ouvir o porquê de algumas decisões terem sido tomadas e qual o seu contexto num plano geral.

Se no nível de Jacksonville ficamos a conhecer um pouco mais da vida de Ellie pré-acontecimentos de The Last of Us Parte II, os outros dois oferecem-nos um pouco mais de contexto sobre como o stress pós-traumático influenciou as acções de Ellie.

BeautyShot Joel2

Modo guitarra livre para relaxarmos um pouco

Outra das adições é a introdução de um modo livre de guitarra. O jogador pode optar por uma das personagens disponíveis, escolher um cenário e tocar livremente o modo de guitarra introduzido na história original do jogo.

Além disso podemos optar por diferentes guitarras que foram entretanto introduzidas, passando por guitarras elétricas ou banjo.

Uma excelente oportunidade para a comunidade continuar a explorar todas as capacidades instrumentais que o jogo oferece, de uma forma mais fácil e com um maior nível de alternativas.

Outras novidades a não perder

Foi também acrescentado o modo contrarrelógio que fica disponível após conclusão do jogo, e que como em The Last of Us Part I pode ser usado para jogadores que queiram fazer speedruns.

Foram também foram adicionadas descrições de áudio e texto em vibrações ao conjunto de funcionalidades de acessibilidade da Parte II. Se gostam de experimentar novos cosméticos, existem agora novos visuais desbloqueáveis para armas e personagens.

Sem regresso: grande destaque de The Last of Us: Parte II Remastered

The Last of Us Parte II Remastered apresenta um novo modo de jogo chamado Sem Regresso, um modo de sobrevivência roguelike onde temos que sobreviver o máximo de tempo possível em cada tentativa – algo semelhante ao que existe em jogos como Returnal ou recentemente no DLC de God of War: Valhalla.

Existem várias personagens disponíveis, incluindo Dina, Jesse, Lev, Tommy e outros (que vão sendo desbloqueados à medida que jogamos). Cada personagem tem características únicas que permitem aos jogadores seguir diferentes estilos de jogo. Para além de desbloquearmos personagens, também desbloqueamos cosméticos à medida que jogamos.

Nem todos os personagens e cosméticos estão disponíveis desde o início. É necessário fazer um determinado numero de jogos com uma personagem específica. Existe o caminho da Ellie que permite desbloquear personagens como Dina, Jesse, Tommy e o Joel e o caminho da Abby que permite desbloquear os personagens Lev, Yara, Mel e Manny.

Antes de começarmos uma nova run devemos planeá-la. Para tal temos um quadro que permite definir de início quais os desafios que queremos enfrentar para tentar chegar ao boss final. Mas afinal, o que diferencia cada encontro? Vamos explicar tudo, começando pelo início.

Sem regresso: esconderijo

O Esconderijo (hideout) é uma espécie de mini-hub onde começamos o jogo. É lá que temos acesso ao quadro de planeamento da run, as recompensas depois de cada encontro, uma máquina onde podemos comprar armas/receitas/munições com moeda adquirida após cada encontro e uma mesa de upgrade de armas com uma mecânica idêntica à do modo história do jogo.

O planeamento de uma run é bastante importante. Existem modos de jogos (que iremos falar um pouco à frente) que têm uma maior nível de dificuldade mas garantem recompensas melhores.

Antes de começarmos uma nova run devemos ter em conta as características do nosso personagem. Felizmente a Naughty Dog deixa-nos a escolher a dificuldade, permitindo aos jogadores menos experientes conseguir, eventualmente, chegar ao fim de uma run com alguma facilidade.

Sem regresso: história

Bom…não existe. Simplesmente somos colocados dentro de um dos vários mapas disponíveis (retirados do modo história do jogo) e começamos a jogar.

Não existe qualquer explicação, narrativa ou sequer um contexto mínimo que explique a razão pela qual estamos naquela situação ou sequer porque queremos prosseguir até ao boss final; um motivo.

Tendo em conta que a Naughty Dog no geral e o franchising The Last of Us privilegia em muito a narrativa, este modo é uma desilusão total nesse sentido, ainda para mais se tivermos em conta lançamentos recentes como o DLC de God of War: Valhalla. Mesmo que fosse um excerto de fantasia, era uma boa oportunidade para explorar mais o lore deste universo e que infelizmente não foi explorado.

Sem regresso: modos de Jogo

Cada encontro é situada numa localização diferente, podendo ou não ter modificações, e tem um modo de jogo diferente. Existem 4 modos de jogos:

  • Assault
  • Hunted
  • Holdout
  • Capture

Inicialmente apenas os dois primeiros modo estão desbloqueados. Para desbloquear os outros dois modos basta fazer um número pequeno de runs.

A diferença dos modos é significativa. No modo Assault temos uma série de grupos de inimigos que aparecem nos aparecem no formato de waves. Neste modo os inimigos nem sempre sabem da nossa localização, permitindo-nos uma abordagem mais silenciosa nesses casos. Além disso, existe um intervalo de alguns segundos entre cada wave, permitindo-nos uma janela que podemos explorar para reabastecer-nos de item ou munições.

O modo Survivor é relativamente semelhante ao Assault. A única grande diferença é que os ataques inimigos não acontecem em waves, mas sim de forma contínua. Além disso, o objetivo não é eliminar os nossos inimigos, mas sim sobreviver durante um determinado período de tempo.

O modo Holdeout é assemelha-se aos dois anteriores modos. Somos igualmente atacados por um número significativo de inimigos que sabem a nossa localização. A diferença consiste em que, neste modo, contamos sempre com a presença de um aliado (varia conforme o personagem que estamos a utilizar) e o foco é garantir a sobrevivência dos dois.

Por fim, o modo Capture oferece-nos um desafio diferente, onde um cofre é guardado por um número por uma série de inimigos humanos. Nesse cofre encontram-se recursos bastante proveitosos para as runs seguintes. No entanto, temos tempo limitado para conseguir saquear o cofre. Passado esse tempo deixa de ser possível aceder ao seu conteúdo. Posteriormente é necessário eliminar todos os inimigos.

Sem regresso: modificações

Vamos desbloqueando modificadores ao longo do jogo que afectam determinado encontro. As modificações podem ser positivas ou negativas. Um exemplo de uma modificação a evitar (e que se desbloqueia passado três encontros) permite aos nossos inimigos ficarem invisíveis. Pela positiva temos modificadores que dão-nos um boost de dano se tivermos com pouca vida.

Quando planeamos minimamente uma run devemos ter sempre em conta as modificações que afetam o encontro, tentando evitar (ou não) algumas delas.

Sem regresso: outros componentes

Este novo modo oferece-nos ainda outros componentes de interesse, onde o foco vai para os Gambits e para as Dead Drops.

Com o decorrer dos encontros vamos desbloqueando os Gambits que não são mais do que uma lista de objetivos que quando desbloqueado pode (ou não) oferecer a possibilidade recompensas adicionais caso o objetivo proposto seja cumprido. Por norma os objetivos são relativamente simples de cumprir, e passam por usar determinada arma ou fazer crafting, entre outros possíveis objetivos.

Já as Dead Drops são uma espécie de caixa do correio que pode aparecer em cada encontro. Para termos direito às recompensas das Dead Drops (que passam entre uma arma ou uma receita para conseguirmos fazer craft de algumas armas) temos de cumprir com o pedido em cada um dos encontros. Normalmente, estas caixas do correio pedem medkits e explosivos (granadas, molotovs). Se conseguirmos entregar o pedido, quando chegamos ao esconderijo (hub inicial do jogo) temos a nossa recompensa à espera.

Sem regresso: jogabilidade

Para conseguirmos fazer uma run completa precisamos de ultrapassar 6 encontros que variam no modo de jogo e no tipo de inimigo. Além dos infectados, existem três tipos fações humanas que retiradas do modo história do jogo: Os WLF, Rattlers e os Seraphites, cada um com as suas particularidades.

Cada um dos encontros oferece-nos diferentes recompensas, multiplicador de pontuação, modificações e diferentes tipos de melhorias do nosso personagem.

A jogabilidade em si não difere do modo história do jogo. A grande novidade é o facto de podermos usar outros personagens que se adequam mais ao nosso estilo de jogo. Por exemplo, se preferirem uma abordagem mais stealth, então o Lev é a vossa personagem. Tem um arco e flecha logo de início e consegue detetar inimigos a uma distância maior. O problema com o Lev por exemplo é que é fraco no combate corpo a corpo. Se quisermos um maior poderio físico Abby ou Joel serão escolhas acertadas.

Pessoalmente, achamos que a mecânica de The Last Of Us Parte II pede por uma abordagem mais furtiva e menos de combate corpo a corpo (mesmo jogando com a Abby), algo que acontece frequentemente quando o nosso inimigo conhece a nossa localização.

Por vezes somos encurralados por inimigos e não existe muito a fazer tendo em conta os movimentos limitados dos nossos personagens, independentemente de quais escolhemos.

Passando pelas melhorias, temos que mencionar uma no modo Capture: o tempo limitado que temos para abrir o cofre. Acaba por ser um tempo demasiado pequeno que obriga a muitas vezes ter de adoptar uma abordagem “Rambo” em detrimento de furtivo.

Outro dos problemas é a longevidade deste modo. Neste momento, caso consigamos cumprir cinco runs completas acabamos o modo, ao desbloquear todos os tipos de bosses existentes. Para lá chegarmos também já desbloqueámos todos as modificações e gambits, levando a que não haja muito mais para jogar. Verdade seja dita, existe uma Daily Run que todos os jogadores podem fazer uma vez por dia nas mesmas condições (mesmo personagem e placard de encontros), existindo um ranking mundial que mostra as melhores pontuações.

No entanto, além das Daily Runs não existe grande motivo para continuar a jogar este modo, visto ser rápido e relativamente fácil desbloquear todos os modos, personagens e cosméticos.

Esperaríamos no entanto que a Naughty Dog continuasse a atualizar conteúdo com novos modos de jogo e novos objetivos para desbloquear, algo que fica no ar, por saber, uma vez que como todos sabem, Factions foi cancelado e este modo de jogo, possivelmente faria parte do pacote de lançamento de Factions.

EllieTLOU2RemasteredBungie

Se já tens a versão PS4, podes fazer upgrade para esta versão

Os jogadores que compraram The Last of Us Parte II para a PS4 e querem fazer upgrade para uma versão digital de The Last of Us Parte II Remastered poderão fazê-lo no lançamento por apenas 10€. Se já tiverem alcançado o troféu de platina com a versão PS4, esta versão remaster oferece o famoso “auto-pop” de troféus, fazendo com que ao importar o vosso jogo guardado, ganhem logo a platina na versão remaster.

Se ainda não jogaste The Last of Us Parte II, estás a perder uma das melhores narrativas de sempre do mundo dos vídeo-jogos e recomendamos fortemente que aproveites e entres já neste remaster.

Se no entanto já jogaste no passado e até na PS5, dando uso aos 60fps, vais notar poucas diferenças nesta versão mesmo com as melhorias visuais, que sendo um jogo já lindíssimo há 3 anos atrás, dificilmente podia ter sido melhorado aqui. É aqui que sentimos um nó no estômago, quando existe um custo de 10€ associado a este ugprade e a justificação se vale ou não os 10€, ser algo discutível. Teria sido simpático acompanhar o espírito da Santa Monica Studio e lançar esta actualização de forma gratuita.

via GIPHY

TLOU2 Remastered Destaque
The Last of Us Parte II Remastered é a melhor maneira de jogar um dos melhores jogos da geração anterior, principalmente devido à inclusão das funcionalidades do Dualsense. O novo modo Sem Regresso é uma adição agradável apesar das suas limitações e os niveís perdidos oferecem-nos uma perspetiva diferente sobre as decisões que são tomadas no decorrer do jogo.
Positivo
A melhor maneira de jogar um dos melhores jogos da geração anterior de consolas
Os níveis perdidos oferecem uma perspetiva interessante sobre o desenvolvimento do jogo
Integração do Dualsense melhora a jogabilidade
A melhorar
Falta alguma longevidade no modo Sem Regresso
Ausência de contexto/história no modo Sem Regresso
8

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