O original The Last of Us é uma obra de arte onde todos os astros se alinharam e combinaram numa narrativa perfeita, uma banda sonora extraordinária, grandes representações e uma jogabilidade bastante interessante. Será The Last Of Us Parte 1 capaz de melhorar a quase perfeição?
Numa primeira instância devo avisar que sou uma das pessoas que acha que o original The Last Of Us é um dos melhores jogos de sempre. Pessoalmente é o meu jogo preferido, e por isso a expectativa e curiosidade eram grandes para The Last of Us Parte I.
A verdade é que quando foi anunciado o meu entusiasmo não foi assim tão grande quanto isso. The Last of Us tinha recebido um remaster para a PS4 que por si só já tinha elevado bastante a fasquia gráfica comparativamente à versão origina, o que levava a pensar que não havia uma grande necessidade de existir um remake tão cedo.
No entanto, e com o lançar dos trailers por parte da Naughty Dog, comecei a ficar mais expectante e entusiasmado com The Last of Us Parte I. Os gráficos pareciam estar fenomenais e a jogabilidade também tinha sido de alterações. Só houve algo que me assustou no meio disto tudo: o preço.
A Naughty Dog não tem por hábito fazer falsas promessas. Aquilo que divulgam é aquilo que é entregue ao jogador, ao contrário de muitos outros estúdios e editoras que prometem um jogo totalmente diferente do que chega às nossas mãos. Posto isto nunca coloquei em questão a qualidade do jogo em si. Apenas fiquei reticente se o preço era o mais adequado.
Por isso, a grande questão que se coloca é: The Last of Us Parte I merece o preço pedido para a edição standard? A resposta é….. depende.
Vamos então falar das novidades que The Last of Us Parte I nos trás relativamente à versão Remaster:
Gráficos
Uau! Se a versão remaster já tinha tido um upgrade gráficos bastante significativos, este remake eleva a fasquia para um patamar totalmente diferente. É difícil de descrever o quão espetacular os gráficos de The Last of Us Parte I são.
No início, e talvez por ter a memória um pouco enferrujada, não achei que houvesse uma grande diferença de qualidade e texturas nas paisagens. No entanto depois de voltar a jogar a versão Remaster, rapidamente me apercebi que sim, existem grandes diferenças entre as duas versões. A Naughty Dog ao pegar no motor gráfico de The Last of Us Parte II e colocá-lo neste jogo
Em The Last of Us Parte I as texturas estão muito mais pormenorizadas, a vegetação mais densa e os ambientes mais preenchidos com detalhes de uma civilização que gradualmente foi perdendo a luta contra os zombies. Todos estes pormenores e detalhes melhoram em muito a experiência e acima de tudo, a emersão que The Last Of Us nos oferece.
Além disso as cut-scenes estão algo de espetacular. O nível de detalhe nas animações faciais é fantástico com um nível de detalhe impressionante, fazendo-me esquecer por momentos que estava a jogar um jogo na Playstation 5 e não a ver a série de The Last of Us que irá estrear na HBO.
Apesar de já ter jogado várias vezes as versões anteriores, The Last of Us Parte I conseguiu prender-me e viciar-me novamente com toda a sua envolvência. E isto aconteceu quando eu já sabia tudo o que se iria passar, e honestamente, algumas das falas dos personagens de cor.
Outra das novidades introduzidas foram os upgrades de armas realizados pelo Joel que agora contam com animações semelhantes às de The Last of Us Parte II.
De referir também que The Last of Us Parte I tem mais gore, ou seja o nível de sangue e carnificina aumento comparativamente à versão original. No entanto é possível suavizar as opções de gore no menu das definições para evitar tanto sangue ou desmembramentos.
Além disso podemos optar por três modos gráficos que podem ser alterados em qualquer altura. O modo performance (4K dinâmico a correr a 60fps), modo fidelidade (4K constante a correr a 30fps) ou podem utilizar o modo VRR que a Playstation oferece ( taxa de atualização variável) caso tenham uma televisão ou monitor que suporte esta funcionalidade.
Para esta análise a escolha incidiu no modo performance, aproveitando a fluidez e movimentação dos 60fps, sem que houvesse grandes, ou pelo menos visíveis, perdas na qualidade de imagem quando comparada com a opção do modo fidelidade.
Dualsense e Audio 3D
Outra das grandes novidades introduzidas é a compatibilidade para com o comando Dualsense e a utilização do Audio 3D.
Como já seria de esperar, o haptic feedback do Dualsense marca presença em The Last of Us Parte I, principalmente quando estamos a disparar uma arma. Além disso o Dualsense transmite-nos sensações, como por exemplo a chuva, através da vibração.
O Audio 3D também marca presença em The Last of Us Parte I dando uma maior sensação de profundidade, permitindo-nos distinguir os sons e as suas respetivas localizações. Isso torna-se mais audível quando existe uma grande variedade de sons em simultâneo, sendo possível identificá-los e localizá-los.
Jogabilidade
Uma das grandes diferenças na jogabilidade que haviam sido anunciadas pela Naughty Dog foi o melhoramento da inteligência artificial dos inimigos, que efetivamente agora são bastante mais competentes.
Um pouco como em The Last of Us Parte II, os inimigos humanos tem um comportamento mais inteligente, tentando flanquear-nos durante os combates ou efetuar “fintas de corpo” ameaçando ir numa direção e de repente mudar para a direção oposta.
Estas alterações fizeram-me sentir que o jogo tenha ficado um pouco mais difícil, principalmente a partir do momento em entramos numa troca de tiros e queremos recuperar o modo stealth.
Infelizmente as alterações na jogabilidade ficam-se praticamente por aqui. As mecânicas de rastejar ou mesmo de saltar que estão presentes na parte II não foram incluídas na parte I.
Além disso, e pelo facto de não podermos saltar, é necessário programar a ação de subir algo, ou mesmo pegar nalgum objeto, pressionando o triângulo quando é dada a opção. Como nas versões anteriores esta opção tende por vezes a não ficar visível, sendo necessário mexermos o nosso personagem durante algum tempo em busca de uma posição que faça ativar a opção.
Outras novidades
Uma das grandes novidades introduzidas em The Last of Us Parte I é a introdução das funções de acessibilidade e que oferecem a possibilidade a jogadores cegos, surdos ou com incapacidade motora de experienciarem o jogo.
Outra das novidades é a introdução de permadeath difficulty, que como em Last of Us Parte II, faz com que caso morramos em qualquer das partes do jogo, tenhamos que reiniciar o jogo.
Foi também introduzido um menu speedrun que permite acompanhar e comparar os tempos de cada run, divididos por capítulos. Foram também adicionados novos cosméticos e imagens desbloqueáveis, à imagem de The Last os Us Parte II.
The Last of Us Parte I conta também com o DLC Left Behind, e que explora a forma como Ellie ficou infetada.
Infelizmente o modo online Factions não marca presença em The Last of Us Parte I, o que acaba por ser uma perda significativa. A razão por tal acontecer é que a Naughty Dog encontra-se neste momento a trabalhar num jogo separado que será totalmente online e que se assemelhará ao Factions.
Cenários
Quando em cima na análise questionei se valia a pena pagar o preço integral de The Last of Us Parte I, a resposta foi “depende da situação.
Eis os cenários possíveis e as nossas respetivas análises.
Valerá então a pena jogar The Last of Us Parte I ?
- Sem dúvida que sim. Qualquer pretexto para (re)visitar um dos melhores jogos já feitos, ainda para mais com as novidades introduzidas.
Nunca joguei The Last of Us ou apenas joguei a versão original para a PS3.
- Para quem nunca jogou The Last of Us Parte I é um jogo obrigatório que deve ser jogado o mais rapidamente possível. O mesmo se aplica para quem apenas jogou a versão original da PS3 visto que as diferenças entre as versões são ainda maiores e esta versão inclui o DLC Left Behind.
Joguei a versão Remaster à relativamente pouco tempo. Deverei adquirir o The Last of Us Parte I ?
- A resposta é sim. No entanto, e tendo em conta o preço, aconselhamos a esperar por uma promoção.