Suicide Squad Destaque

Suicide Squad: Kill the Justice League – Análise

Suicide Squad Capa
Release Date
30 Janeiro, 2024
Estúdio
Rocksteady Studios
Género
Shooter
Plataformas
PS5, Xbox S|X e PC
PlayStation Store

Suicide Squad: Kill the Justice League é o mais recente lançamento da Rocksteady Studios, os criadores da aclamada série Batman: Arkham. Este jogo de ação e aventura coloca-nos na pele de alguns dos vilões mais icónicos da DC Comics, numa missão suicida para salvar o mundo.

A história do jogo decorre cinco anos após os eventos de Batman: Arkham Knight. Metropolis está sob ataque de Brainiac, um alienígena com poderes telepáticos capaz de um controlo inimaginável sobre os outros. A única esperança da humanidade reside na Task Force X, um grupo de supervilões recrutados por Amanda Waller para realizar missões perigosas em troca da sua liberdade.

Suicide Squad em missão impossível

Brainiac corrompeu os nossos heróis de infância e a esperança de toda a humanidade cai sobre a Task Force X: Captain Boomerang, Harley Quinn, King Shark e Deadshot. Elementos que sempre foram individualistas e que agora teriam que trabalhar em conjunto, se queriam sobreviver. Graças a um explosivo colocado na sua cabeça, a Task Force X terá que obedecer a todos os pedidos de Amanda Waller, sem questões, nem que isso envolva ir frente a frente com o quase invencível: Superman.

screen 05

Suicide Squad: Kill the Justice League faz um enorme serviço aos fãs da DC ao oferecer uma história diferente da habitual, desta vez vestimos a pele dos vilões, enquanto os nossos heróis, a Liga da Justiça, são o nosso inimigo.

Para além dos heróis do momento como Superman, Batman, Green Lantern e The Flash, teremos também que enfrentar hordas infinitas de inimigos que Brainiac vai lançando sobre a cidade, de forma a atrasar-nos.

Estas forças empregam diferentes mecânicas na forma em como as enfrentamos, muitas trazem um escudo que exigem um ataque especial para o quebrar, outras são resistentes a certos tipos de danos e algumas…são simplesmente muito difíceis de derrubar.

Para desfrutar desta experiência, os jogadores devem mudar a sua perspetiva ao entrar neste jogo, ninguém gosta de fazer mal ao herói da sua infância (estou a olhar para ti Batman), no entanto, sendo um vídeo-jogo, devemos saber desfrutar destas diferentes narrativas que criativamente são preparadas e recheadas de excelentes momentos.

A verdade é que não sendo uma história muito longa (cerca de 8-10h), acaba por oferecer uma narrativa competente, com momentos de tensão e muito humor à mistura, uma espécie de toque James Gunn em Guardiões da Galáxia. As cutscenes trazem o selo de qualidade da Rocksteady Studios, com modelos incrivelmente detalhados, animações realistas, excelentes diálogos e ambientes dignos da nova geração.

Visualmente está incrível na PlayStation 5 (plataforma onde foi analisado) com cores vibrantes, modelos muito detalhados e uma frame rate constante de 60fps (sem outros modos disponíveis).

screen 02

Jogabilidade com os anti-heróis é um dos aspectos mais fortes

Assim que entram em Metropolis e escolhem o vosso anti-herói (que pode ser trocado a qualquer momento), percebem que o jogo oferece mecânicas únicas sob a forma de navegação pela cidade e os seus ambientes.

Cada um tem uma forma diferente de deslocação: Deadshot dá uso a um jetpack que com uma certa duração, permite-nos deslocar de forma mais precisa; Harley Quinn usa um drone e faz-nos sentir um pouco “Homem-Aranha”; King Shark salta violentamente e causa um grande impacto em cada salto e por fim, Captain Boomerang, é talvez o mais vistoso de todos: atira o seu boomerang e teleporta-se com o mesmo: wow!

Para além da movimentação, há outras diferenças no personagem que escolhem, mais concretamente, o arsenal ao seu dispor. Cada um tem as suas armas preferidas, armas estas que se adequam ao seu estilo de jogo: ninguém pode tirar o martelo à Harley Quinn!

As armas e restantes peças de equipamento podem (e devem) ser melhoradas à medida que jogamos e encontramos as nossas favoritas. Uma das componentes RPG deste jogo, é mesmo a habilidade de as evoluir através dos recursos que vamos ganhando e da experiência que evoluímos com cada uma.

Mundo aberto oferece mais um par de horas de conteúdo antes do end game

É importante referir que Suicide Squad: Kill the Justice League é um loot shooter, na terceira pessoa, com elementos RPG à mistura e como é habitual neste tipo de jogos, o melhor arsenal chega sempre no fim.

Para além das missões principais da história, que já falámos, existem também missões secundárias de caras familiares como Poison Ivy, Pinguin, Toyman, entre outros.

Estas missões secundárias vão permitir-nos conhecer um pouco melhor a história de cada um destes personagens bem como desbloquear novas opções de cosméticos e claro, experiência.

Uma vez terminadas, não podem ser repetidas, o que faz com que o conteúdo de final de jogo, seja resumido às Invasions: um modo de jogo com repetições infinitas que vai ficando cada vez mais difícil e recompensador; já lá vamos.

screen 03

Cada um dos membros da Task Force X pode ser evoluído até nível 30 e pelo caminho, podemos escolher as diferentes habilidades disponíveis conforme o tipo de jogo que queiram fazer. Ou ser mais brutos e resistentes, mais rápidos, mais letais, etc.

Para subir de nível, qualquer actividade que façam contribui com XP, tudo igual a outros jogos do género, mas com uma diferença: quando chegam a nível 30 com cada um dos personagens, o vosso grind passa por evoluir a equipa a nível 50, ou seja, ganhar mais 20 níveis de experiência.

Chegando aqui o céu é o limite, conforme mais alto o vosso nível, maiores dificuldades vão desbloquear e com isto, podem repetir as diversas missões de end game, chamadas Invasions para desbloquear melhor armamento e habilidades.

Invasions, o end game que manterá o jogo vivo

Com os restantes conteúdos fora do caminho, vão dedicar as restantes horas ao modo de jogo: Invasions.

Este modo de jogo irá desbloquear mais conteúdo ao longo das próximas semanas e meses e a ideia é tornar-se no gancho que irá prender os jogadores ao comando durante o tempo de vida de Suicide Squad: Kill the Justice League.

Algumas das coisas que podem esperar neste modo:

  • Combate progressivo: Enfrente ondas de inimigos cada vez mais difíceis, testando as vossas habilidades e adaptabilidade.
  • Modificadores aleatórios: Cada invasão é diferente da anterior, com modificadores que alteram a forma de jogar e exigem novas estratégias.
  • Recompensas exclusivas: Ganhem cosméticos e equipamentos lendários que não podem ser encontrados no modo de história.
  • Desafios constantes: Testem os vossos limites e subam no ranking global para provar a vossa supremacia.

Infelizmente, Suicide Squad: Kill the Justice League, sofre do problema que praticamente todos os jogos GaaS (Game as a Service) sofrem: repetição, pouca recompensa e o risco de perderem o interesse muito cedo.

Foi aqui que sentimos a maior dificuldade em continuar a jogar e onde percebemos as críticas da comunidade. Tendo passado por jogos como Destiny e Division, é totalmente compreensível esta dificuldade e só o futuro o dirá, se realmente a Rocksteady Studios consegue manter este GaaS vivo, ou não.

O sentimento de recompensa deve ser trabalhado e acessível a todos os jogadores (paguem ou não pelos conteúdos) e novos conteúdos e modos de jogo devem ser divulgados e inseridos no jogo o mais depressa possível.

Pelo facto do modo Invasions ser sempre no mesmo tipo de cenário e confrontos, mesmo com os modificadores, sentimos que fica curto para um jogo que ambicionava ser muito mais.

screen 07

Idealmente com amigos, apesar da IA conseguir acompanhar

Tratando-se de um jogo onde podemos controlar um de quatro personagens em mundo aberto, é ainda melhor se conseguirem juntar uns amigos nesta aventura. A diversão fica ainda maior e a veia competitiva salta à vista entre os jogadores, uma vez que no final de cada missão concluída, existe um ranking entre os jogadores e o melhor pode sempre gabar-se das suas habilidades destrutivas na cara dos restantes.

Ao todo andámos cerca de 15-16 horas a jogar em conjunto, cada um com o seu personagem de eleição a completar cada uma das missões em sintonia, apelando às características de cada jogador. O tempo passava a um grande ritmo e com muita diversão, nunca sentimos nenhum aborrecimento ou esforço enquanto jogávamos, pelo contrário; chegando o final ficou o sentimento agridoce de querermos um pouco mais.

Se não tiverem com quem jogar não há problema: os ‘bots’ são altamente competentes e são especialistas a dar-nos vida sempre que caímos. Outra hipótese, é “contratar” ‘bots’ de amigos ou de outras pessoas que não estejam ‘online’ naquele momento. É uma funcionalidade interessante, a hipótese de trazer as ‘builds’ de outros jogadores, para o nosso jogo, em formato de ‘bot’.

O tendão de Aquiles: game as a service

Suicide Squad: Kill the Justice League ficou de baixo de mira a partir do momento em que anunciou o seu modelo GaaS. Conhecendo o génio da Rocksteady Studios e os seus fantásticos e revolucionários trabalhos anteriores, ficou a pena no ar quando anunciaram a nova direção com este jogo.

screen 08

E é isto que infelizmente assombra este título e o facto de estar disponível a um preço AAA. Acreditamos que no futuro, com outro preço e com mais conteúdos a chegarem, Suicide Squad: Kill the Justice League pode tornar-se ainda melhor e um ponto de referência no género – só precisa de sobreviver a estes primeiros tempos. E nós, os jogadores, devemos respeitar a Rocksteady Studios na sua decisão de experimentar algo novo e ter a esperança para no futuro voltarem a algo mais perto de jogos como Batman: Arkham Asylum.

Em suma, é uma excelente aventura no seu modo história com grandes momentos pelo meio e se for jogado com amigos, torna-se ainda melhor. Chegando ao fim e limpando o que há para fazer no mapa, sobra-nos a repetição das Invasions e é aqui que grande parte dos jogadores irá cair até haver algo mais no futuro. Se gostam de loot shooters e do universo DC, não devem mesmo deixar escapar este título, se não for já no lançamento, que seja mais tarde, mas merece o benefício da dúvida porque a diversão está lá.

Suicide Squad Destaque
Suicide Squad: Kill the Justice League
Positivo
História, apesar de curta, é cativante e provoca diferentes emoções no jogador
Jogabilidade muito variada e divertida graças aos diferentes personagens
Acção frenética e caótica sozinho ou acompanhado por amigos
Visualmente muito bom e com boa performance (na PS5)
A melhorar
Continuidade do jogo depois de terminada a sua história (que peca por curta)
Preço de lançamento e GaaS não é para todos os jogadores e gera um tom tóxico à volta do jogo
Faltam mais ambientes e localizações mais variadas
7

Não percas uma novidade