Stray é o mais recente título da Annapurna Interactive e que oferece-nos uma experiência marcante que, embora de curta duração, consegue presentear-nos com várias situações memoráveis e inesquecíveis.
Numa altura onde os a máxima nos videojogos parece apontar para quantidade ser sinónimo de qualidade, Stray veio demonstrar que isso nem sempre é verdade.
Stray não é um jogo longo. Em média um jogador demora 5-6 horas até à sua conclusão. No entanto, se explorarem um pouco dos cenários que Stray oferece, facilmente chegam às 7-8 horas.
Apesar de não ser um jogo com uma grande longevidade certamente irá deixar melhor impressão do que muitos dos jogos de mundo aberto atuais que nos oferecem mais de 60 horas de jogabilidade.
O mérito de Stray é exatamente esse. Conseguem fazer muito com pouco. E quando referimos pouco estamos também a incluir o facto de Stray ser um título indie do estúdio BlueTwelve Studio, que conta com apenas 18 funcionários.
Com poucas personagens e diálogos curtos, Stray consegue pensar uma mensagem profunda e com significado e que facilmente conseguimos transpor para os dias de hoje.
História
Não iremos entrar em grande detalhe na história para não estragar a experiência de quem quer jogar Stray.
Em Stray jogamos com um gato. Durante um passeio com os nossos amigos algo corre mal e o nosso personagem acaba por cair num túnel e vai parar a uma cidade com um estilo bastante cyberpunk.
Nessa cidade não existem humanos, apenas robots que inicialmente ficam com medo de nós visto termos ligeiras parecenças com os Zurks, uma criatura inimiga e que persegue vida orgânica como não orgânica.
No entanto e neste mundo os robots têm sentimentos e agem como os humanos, fazendo com que tenham reações humanas, tornando toda a experiência de interação com os robots bastante interessante.
A nossa aventura não é solitária no entanto. Temos um pequeno robot a acompanhar-nos durante as nossas aventuras e é através dele que conseguimos falar e interagir com os robots. Os diálogos são em texto visto que os robots usam uma linguagem própria e impercetível para o nosso personagem.
Outra das vantagens de Stray é a forma como a narrativa é passada de forma objetiva e simples. Não existem 1001 diálogos e coletáveis a explicar tudo ao pormenor que nos faz perder o interesse rapidamente. Em Stray a história é compacta e transmitida de forma clara e sucinta.
Jogabilidade
Stray é um jogo com uma mecânica de jogabilidade de simples que decorre num mundo linear, embora exista uma espécie de mundo aberto e que nos permite explorar a cidade e descobrir os encantos que nos oferece.
Podemos andar e correr livremente mas apenas conseguimos saltar para objetos pré-determinados, e quando aparece a opção para o fazer. A opção de ter saltos programados acaba por tirar um pouco da liberdade de Stray, embora facilite a vida ao jogador pois não é possível falhar um salto e cair.
No entanto esta opção nem sempre ajuda principalmente quando estamos a tentar fugir dos Zurks gerando uma ligeira dose de frustração por não nem sempre conseguir ativar a mecânica de salto por algum motivo.
De resto temos a ajuda do nosso pequeno amigo robot que acaba por interagir com muitos objetos que o nosso personagem não consegue ou pode, além de ser uma ponte no diálogo com os robots.
Temos vários puzzles que iremos ter de resolver e algumas situações de aflição pelo meio derivadas dos não muito simpáticos Zurks juntamente com algumas partes stealth.
Gráficos
Os gráficos de Stray são fantásticos com um nível de detalhe impressionante e aprimorado com uma iluminação brilhante.
É incrível a qualidade gráfica do jogo. A cidade por onde passamos está espetacularmente bem construída e cheia de pormenores que ajudam ainda mais na envolvência que o jogo nos oferece com a sua narrativa.
Existem alturas onde passamos por sítios mais escuros ou menos iluminados e sentimos tensão que o meio ambiente nos oferece. Noutras vezes temos ambientes no meio de cidade cheios de cor e “vida” e que nos oferece alguma tranquilidade.