Rollerdrome mistura uma série de ingredientes, que apesar de não serem totalmente originais, resulta numa experiência única e original com a garantia de muitas e boas horas de diversão.
História
O ano é 2030 e a sociedade encontra-se num alvoroço com vários escândalos a surgirem diariamente. Como a própria história nos faz questão de relembrar, a melhor maneira para desviar as atenções é oferecendo algo para distrair o povo. E é aí que entram os torneios de Rollerblade.
Jogamos no papel de Kara Hassan que irá ser um dos participantes deste torneio. Os seus motivos são simples e infelizmente, bastante relacionáveis.
Kara Hassan tenta assim ganhar o grande prémio que o torneio oferece para conseguir pagar as suas dívidas.
Trata-se de um torneio onde sobreviver é ganhar. Todos os patinadores que participam neste torneio têm de matar todos os intervenientes presentes na arena com as suas armas de fogo, enquanto fazem habilidades com os seus patins.
Jogabilidade
Se a descrição desta realidade distópica soar estranho, não é de admirar. No entanto quando entramos dentro do ringue tudo começa a fazer mais sentido.
As habilidades não são algo supérfluo: são uma necessidade para a nossa sobrevivência. Quando estamos na arena não podemos estar parados. Estar em movimento é uma necessidade constante, e se ficarmos parados a probabilidade de apanharmos com fogo inimigo é enorme.
Além de termos de estar em constante movimento para evitar fogo inimigo, as habilidades são necessárias para recarregar as nossas armas. Sim, o método usado para recarregarmos as nossas arma é através da execução de habilidades. Brilhante!
Isso leva-nos ao próximo tópico: As armas de fogo.
Inicialmente começamos com duas pistolas, consoante vamos progredindo vamos desbloqueando novas armas que passam por uma caçadeira, um lança granadas e uma arma laser.
Todas estas armas tem características próprias e embora cada arma permita matar qualquer dos seis tipos de inimigos presentes na arena, existe uma adequabilidade para cada um dos inimigos.
Esta mecânica foi implementada na perfeição pela Roll7 que faz com que estejamos constantemente a trocar de armas consoante o inimigo que queiramos eliminar. Por exemplo existe um inimigo que após ser atingido pelo primeiro tira liga um escudo de energia que lhe garante imunidade durante um período de tempo, tornando obsoleto qualquer ataque que façamos durante esse período.
Podemos assim tentar dar um tiro com a nossa caçadeira (maior dano), embora não consigamos ter tempo de disparar um segundo tiro. A alternativa é usar as pistolas que, apesar de terem um menor dano, dão tempo para descarregar o carregador de 12 balas, matando-o numa única passagem.
A adaptabilidade das armas aos inimigos é uma necessidade e um desafio que torna o jogo muito mais interessante.
A grande questão que se coloca é, como é possível estar em constante movimento, preocupado em fazer habilidades, matar inimigos e trocar de armas ? É aqui que entra o bullet time. Pressionando o L2 entramos durante o bullet time onde tudo fica mais lento e nos permite trocar de arma facilmente e ter mais tempo para disparar sobre os nossos inimigos.
Exista também o super reflex time que é possível utilizar quando nos desviamos perfeitamente de fogo inimigo. Este super reflex time tem um bónus de dano nos inimigos que é bastante útil.
De referir também que é eliminando inimigos que recebemos vida, ou seja, de nada serve estarmos a adiar o confronto numa tentativa de recuperar alguma vida visto que a única hipótese é mesmo eliminar inimigos.
É difícil não pensar em Max Payne e Tony Hawk Skater enquanto passeamos pela arena e matamos inimigos em slow motion, mas é uma mistura de estilos que encaixam na perfeição.
Dificuldade
Rollerdrome não é propriamente um jogo fácil. Embora inicialmente dê essa sensação, principalmente devido à existência do bullet time, a verdade é que com o progredir dos níveis somos bombardeados com todos os tipos de armas. Desde misseis, raios laser, snipers entre outras armas.
Mais que nunca torna-se importante estar sempre em movimento.
Idealmente cada nível tem uma coreografia. Vemos e reconhecemos os inimigos presentes, e vamos eliminando cada um deles consoante o grau de dificuldade e o seu posicionamento.
Felizmente não existe a possibilidade de cairmos por falhar um salto. O pior que nos pode acontecer é ficar encurralado (e é bastante mau quando isso acontece).
Outro pormenor de referir é o facto de existir auto-aiming para algumas das armas. Além disso para a caçadeira e arma laser existem tiros perfeitos que se conseguem obter quando conseguimos a precisão máxima no disparo,
Progressão
Começamos na primeira ronda (opening stages) e progredimos para os quartos-de-final, semi-final e final.
A primeira ronda conta com quatro arenas distintas, enquanto que os quartos e meias finais contam com apenas 3 arenas com um total de 12 níveis diferentes.
Cada arena é única e os temas variam entre centros comerciais, desfiladeiros entre outros.
Para conseguirmos progredir temos de matar todos os inimigos em cada uma das arenas, cumprindo um mínimo de objetivos. São estes objetivos que nos permitem transitar para a fase seguinte. Caso não tenhamos o mínimo de objetivos cumpridos é necessário fazer algum grind para cumprir os desafios de cada uma das arenas.
Estes desafios podem passar por matar inimigos específicos com determinada arma, fazer determinadas habilidades, pontuações, etc.
Na nossa opinião trata-se de um mecanismo pouco interessante e que acaba por estragar a imersão oferecida. Após acabarmos uma das arenas temos de repetir até cumprirmos os desafios que nos parecem alcançáveis. Algumas das vezes o foco é apenas em cumprir determinado objetivo sem estar muito preocupado em matar os inimigos presentes.
Gráficos
Em termos visuais Rollerdrome oferece-nos um estilo bastante próprio, com gráficos desenhados à mão e com uma palete de cores algo retro mas que se adequam e encaixam na perfeição do estilo do jogo.
Toda esta palete de cores permite identificar facilmente os tipos de inimigos presentes na arena, permitindo-nos delinear um plano de ataque atempadamente.
Outro destaque é o excelente uso das capacidades do Dualsense com ênfase no feedback háptico quando disparamos.