A chegada de Marvel’s Spider-Man 2 ao PC via Steam, no dia 30 de janeiro de 2025, marcou mais um excelente trabalho de adaptação por parte da Nixxes, em colaboração com a Insomniac Games. Esta versão não se limita a ser uma simples cópia da experiência da PS5 — oferece um conjunto robusto de melhorias gráficas e técnicas, pensadas para tirar partido do hardware mais poderoso e flexível do PC.
Um port feito para brilhar
Logo à partida, destacam-se melhorias importantes:
- Suporte Ultrawide: Compatibilidade com resoluções 21:9, 32:9 e setups multimonitor (até 3x1080p), ideal para quem tem ecrãs ultra-amplos.
- Ray Tracing com qualidade ajustável: Reflexos, iluminação e sombras realistas em arranha-céus e ambientes urbanos, tanto interiores como exteriores.
- Suporte para DLSS 3 e Reflex (NVIDIA): Com Frame Generation e redução de latência para gráficas GeForce RTX.
- FSR 3/2 (AMD): Alternativa AMD ao DLSS, também com geração de frames e bons ganhos de desempenho.
- Compatibilidade com o DualSense: Jogar com o comando original da PlayStation dá acesso ao feedback háptico e gatilhos adaptativos — tal como nas consolas.
A flexibilidade gráfica e o número de opções disponíveis permitem ao jogador encontrar o equilíbrio certo entre qualidade visual e performance, adaptando-se ao seu setup.
Experiência de jogo
Spider-Man 2 para o PC pode ser considerado um espetáculo visual e fluido. Desde as primeiras swings por Manhattan até às perseguições desenfreadas pelas ruas, ficámos impressionados com os detalhes.
O movimento dos heróis (Peter e Miles) são superfluidos. Durante todo o jogo, foram raríssimos os “engasgos” percetíveis. Não registámos “stutters” nos combates ou na exploração. A escalabilidade do jogo também é de se fazer notar. O jogo foi testado em ultra com uma RX 7900 XTX e conseguimos estar tranquilamente com cerca de 60 fps estáveis no meio de Manhattan.
Em 1440p no preset “High” com FSR 3, subimos para 70 a 80 fps sem qualquer problema.
Os cinemáticos
Um dos únicos pontos em que o port de Spider-Man 2 sofre é nas cenas com muitos efeitos (fumo, partículas, chuva) ou vegetação densa (árvores, parques) ao longe. Aqui as nossas máquinas são puxadas ao máximo e por vezes, quando o jogo está a processar os detalhes do horizonte (arranha-céus distantes, as texturas de edifícios etc…) conseguimos sentir quebras e até algum stutter.
Nas alturas de cinemáticos, chegamos a ver até alguma vegetação ou texturas a aparecerem do nada. Felizmente, isto é um bug já reconhecido pela Nixxes e tem trabalhado para resolver os pontos anteriormente mencionados.
Está previsto no patch nº8 a resolução dos mesmos.
Na Steam Deck? Só com ajustes
Na Steam Deck, Spider-Man 2 mostra-se jogável, mas longe do ideal. Após alguns patches, o jogo chegou a ser “Verified” por breves momentos em fevereiro, mas acabou por ser reclassificado para “Playable” no final de março de 2025.
Para se atingir 30 FPS na resolução nativa da nossa consola portátil, é necessário pôr todos os gráficos no mínimo e ativar o upscaler FSR (1280×800 renderizado). Com estas condições, conseguimos cerca de 25–35 FPS.
No entanto, cinemáticos ou NPCs complexos (como o Sandman) vão provocar quebras abruptas. Em resumo, se quiserem jogar na Steam Deck, aconselhamos a esperarem por mais atualizações de performance. Para além de claro, a nossa consola vai parecer um avião com as ventoinhas no máximo e um consumo extremamente elevado da bateria
Veredicto final
Marvel’s Spider-Man 2 para o PC é, em muitos aspetos, um excelente port. Esta versão traz opções gráficas que tornam o jogo, quase numa série de televisão. Oferece uma excelente variedade de visuais de topo e um gameplay fluido, com o bónus de umas vastas definições gráficas exclusivas para o PC.
O jogo consegue ser terminado a 100% (todos os troféus da Steam) aproximadamente com 25 a 35 horas de jogo. Se apenas se focarem na história principal, contem com 16 a 18 horas. Em suma, é um port sólido que merece uma hipótese – mas exige ter uma boa máquina para explorar todo o seu potencial.
