Horizon Zero Dawn Remastered

Horizon Zero Dawn: Remastered – Análise

Aloy regressa ao passado com visuais melhorados mas será que era mesmo preciso?

HorizonZeroDawnRemasteredCapa
Release Date
31 Outubro, 2024
Estúdio
Guerrilla Games, Nixxes Software
Género
Acção e RPG
Plataformas
PS5 e PC

O anúncio de Horizon Zero Dawn Remastered surpreendeu a comunidade de jogadores e gerou uma avalanche de opiniões divergentes.

Lançado originalmente em 2017, Horizon Zero Dawn rapidamente se consolidou como um dos jogos mais visualmente impactantes da PS4, oferecendo um universo pós-apocalíptico vibrante e detalhado, dominado por máquinas e pela beleza de uma natureza renascida. Portanto, ao revelar este remaster, muitos se perguntaram: era realmente necessário? Não seria mais sensato investir esses recursos em novos projectos? Agora, com o remaster nas mãos do público, a resposta permanece em aberto, mas alguns pontos merecem destaque. Neste artigo, exploramos os principais argumentos a favor e contra esta remasterização.

Dilema: necessidade ou redundância?

Um dos pontos de partida mais comuns nas críticas a Horizon Zero Dawn Remastered é a própria questão da sua necessidade. Afinal, a versão original de Zero Dawn ainda é, para muitos, um dos jogos mais bonitos da sua geração. Tal como aconteceu com o remaster de The Last of Us Parte II, parecia haver pouco apelo real para um upgrade gráfico de um título que, por si só, já impressionava nos campos visuais e de desempenho. Horizon Zero Dawn envelheceu muito bem, e a estética cuidadosa do jogo original ainda tem lugar garantido entre as melhores produções da PlayStation Studios. Ainda assim, a Nixxes aceitou o desafio e trouxe o jogo para uma nova geração com o objectivo de o aproximar de Horizon Forbidden West, a sequela lançada em 2022 e notável pela sua qualidade gráfica impressionante.

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Contudo, a questão persiste: vale a pena voltar a um título lançado há apenas sete anos? Afinal, um remaster é, na sua essência, uma actualização técnica que pouco altera a narrativa e a jogabilidade originais, e muitos argumentam que esses recursos poderiam ser mais bem utilizados em novas aventuras.

PS5 levada ao limite pela Nixxes

Apesar do cepticismo: o trabalho técnico realizado pela Nixxes em Horizon Zero Dawn Remastered é realmente impressionante. É impossível ignorar as melhorias gráficas, os modelos das personagens foram actualizados, com especial atenção aos detalhes da pele e da iluminação, agora mais realistas e convincentes. Mudanças subtis, como texturas mais elaboradas nas roupas e movimentos mais naturais nos cabelos, enriquecem a experiência visual e tornam as interacções e cenas de diálogo mais fluidas e menos robóticas. As cenas que, anteriormente, poderiam parecer rígidas e artificiais, agora ganham nova vida, demonstrando o avanço das técnicas de captura de movimento.

Além disso, a remasterização inclui novas horas de motion capture para as personagens principais, o que deixa as interacções de Aloy com os seus aliados mais realistas e imersivas. Num mundo onde personagens e máquinas coexistem, uma movimentação orgânica é essencial para reforçar a sensação de vivacidade e de pertença, e a Nixxes claramente compreendeu isso. A movimentação de Aloy ao interagir com ambientes diversos, como a neve e a areia, também foi aprimorada, o que se traduz em deformações e marcas deixadas pela personagem nesses elementos, algo que aumenta muito a sensação de imersão.

Horizon Zero Dawn Remastered Screenshot 008

O remaster ainda traz um salto notável em relação ao ambiente natural do jogo. Os cenários florestais, que antes poderiam parecer um tanto monocromáticos e repetitivos, agora são mais diversificados e apresentam uma vegetação mais detalhada e variada. O remaster introduz novas paletas de cores e uma riqueza de texturas que elevam a qualidade visual do cenário, aproximando-o da riqueza natural que vemos em Forbidden West.

Comparação com Horizon Forbidden West é uma questão delicada

Embora ambos os jogos partilhem o mesmo universo e premissa, as melhorias gráficas da segunda aventura de Aloy são consideráveis. No entanto, a comparação entre o remaster e Forbidden West pode ser injusta, uma vez que o segundo foi desenvolvido com uma nova geração de consolas em mente. Comparar Zero Dawn Remaster com o seu sucessor pode levar a uma avaliação enviesada, desconsiderando os avanços técnicos e tecnológicos entre 2017 e 2022. No entanto, o remaster aproxima o visual de Zero Dawn ao nível de Forbidden West, ao menos em muitos aspectos, fazendo com que a experiência seja bem mais coesa para aqueles que desejam jogar a franquia completa na PS5.

O remaster, além disso, inclui a expansão Frozen Wilds, que expande a jornada de Aloy e traz melhorias específicas para ambientes de neve. As condições climáticas estão agora mais realistas, o que inclui desde o acúmulo de neve nas roupas de Aloy até a interacção dos flocos com o vento e o movimento das personagens. Estas melhorias aumentam a imersão e fazem de Frozen Wilds uma expansão ainda mais valiosa do jogo base.

Evolução gráfica teve algumas quedas pelo caminho

No meio de tantos elogios, é justo mencionar que o remaster de Horizon Zero Dawn não é perfeito. Alguns problemas técnicos e bugs ocorrem esporadicamente, como falhas no áudio, NPCs que “flutuam” ou objectos que desaparecem temporariamente. Embora estes problemas não sejam comuns, a sua presença pode ser frustrante, especialmente para jogadores acostumados ao alto nível de polimento da versão original e de um estúdio como a Guerrilla Games que tanto nos habituou à excelência. Estes pequenos deslizes, contudo, não são suficientes para comprometer a experiência geral do jogo, mas podem causar algum desconforto.

Horizon Zero Dawn Remastered Screenshot 019

Outro ponto de destaque é a adição de funcionalidades do DualSense, como feedback háptico e gatilhos adaptativos, que proporcionam um nível adicional de imersão.

Conclusão: a versão definitiva para novos jogadores e fãs dedicados

No final, a conclusão que podemos tirar destas análises é que Horizon Zero Dawn Remastered representa um avanço gráfico e técnico significativo relativamente ao jogo original, mas a sua necessidade e relevância variam de jogador para jogador. Para aqueles que já tiveram a oportunidade de explorar o mundo de Aloy em 2017, o remaster pode não ser um motivo suficiente para uma revisita, a não ser que tenham grande apreço pelos detalhes visuais e pela nostalgia. No entanto, para novos jogadores ou para fãs que querem vivenciar a história de Aloy com uma qualidade visual actualizada, esta é a versão definitiva e ideal.

Com um preço acessível (10€ a actualização da PS4 para a PS5) e uma série de melhorias gráficas, Horizon Zero Dawn Remastered reafirma o compromisso da PlayStation em proporcionar experiências visuais e técnicas de alta qualidade. E mesmo que algumas perguntas sobre a sua necessidade ainda persistam, é inegável que o trabalho realizado pela Nixxes confere a Horizon Zero Dawn o brilho e o polimento que merecem ser vistos e apreciados. Se há ou não espaço para esta remasterização num mercado competitivo e repleto de lançamentos, cabe ao jogador decidir, mas uma coisa é certa: esta é a primeira jornada de Aloy, na sua versão mais refinada até ao momento.

Horizon Zero Dawn Remastered
Positivo
Modelos dos personagens melhorados e mais realistas
Ambientes mais detalhados com novas texturas e melhor iluminação
Melhor interacção com os ambientes como a neve
Frozen Wilds vem incluído e aumenta toda a experiência
DualSense aproveitado ao máximo com as suas funcionalidades
A melhorar
Para um jogo que já é incrivelmente bonito e detalhado, pode ser muito cedo para um remaster
Alguns problemas técnicos como personagens a flutuar ou objectos a desaparecer
Para quem jogou o original, pode não justificar (ainda) entrar de novo nesta aventura
8

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