Light’s out and away we go para mais uma nova temporada em F1 23. Com as atualizações habituais, melhoramentos na jogabilidade e algumas novidades, F1 23 é um claro upgrade ao título anterior.
O título deste ano trouxe-nos regressos (Break Point), melhorias (jogabilidade) e algumas novidades (F1 World).
Além das atualizações normais nas carros e pilotos temos também a introdução dos circuitos do Doha (Qatar) e Las Vegas. Outra das novidades que merece destaque é o regresso das bandeiras vermelhas em todos os modos de jogo, embora este novidade ainda não esteja 100% funcional sofrendo com alguns bugs. A possibilidade de optar por correr 35% da distância real pode parecer uma novidade menor mas acaba por ser uma excelente notícia para os amantes do jogo, visto ser uma das distâncias mais apetecíveis e desejadas pelos jogadores.
Outro dos pontos fortes deste novo título foram os melhoramentos na jogabilidade, tendo sido aprimorado alguns dos mecanismos que no título anterior não tiveram tão bem, permitindo uma maior imersão para os jogadores que estão atrás do volante. Possivelmente algumas destas melhorias podem passar ao lado de jogadores mais casuais, mas isso não ofusca o esforço de melhoramento da experiência oferecida em F1 23.
E já agora, e respondendo a uma das grandes dúvidas de jogadores mais casuais: “É possível desfrutar de F1 23 sem ter um volante?”. A resposta é sim! Sem dúvida que sim. Obviamente que toda a experiência de F1 23 fica melhor atrás de um volante, mas não deixa de ser extremamente agradável jogar com o Dualsense e desfrutar das features que o comando oferece e que tão bem são exploradas pelo F1 23 como o uso do adaptive triggers.
Drive to Survive
O regresso de Break point é uma das grandes novidades do título deste ano. Trata-se do segundo capítulo iniciado em F1 21 e que prossegue com a narrativa do nosso protagonista Aiden Jackson.
No entanto o foco de Break Point 2 não se resume a Aiden Jackson, bem pelo contrário. O foco deste segundo capítulo é a equipa pela qual corre – Konnersport.
E é aí que este segundo capítulo brilha, através de uma narrativa que facilmente se enquadraria num ou dois episódios da série da Netflix Drive to Survive.
Com bastante intriga e dinamismo, a história conseguiu-nos manter cativados e com enorme interesse no desfecho da mesma. Um dos grandes pontos de interesse assenta no facto de não pilotarmos sempre com o mesmo piloto, existindo vários trocas de personagem quer dentro de pista, quer fora de pista. As decisões que tomamos fora de pista afetam a performance e o moral da equipa na luta contra as inúmeras dificuldades que enfrenta.
Break Point 2 é uma história de superação e da importância do trabalho em equipa, mesmo num desporto onde muita gente defende que o companheiro de equipa é o nosso maior rival.
Relativamente à jogabilidade, o jogo resume-se ao cumprimento de objetivos de corrida. Atingir determinado lugar, ficar à frente de de determinado piloto ou simplesmente acabar a corrida. Existem também interações fora das pistas de corrida com algumas tomadas de decisão e entrevistas que afetam a equipa de uma maneira ou de outra.
Infelizmente nem sempre o que se passa dentro de pistas transparece para a história neste modo de jogo. Refiro-nos ao facto da narrativa ser inflexível, e como é possível ir além dos objetivos propostos em cada corrida, sendo possível inclusive ganhar grande parte das corridas, a narrativa fica meio sem sentido. Durante as 6-7 horas que a história oferece vencemos cerca de 4 ou 5 corridas. No entanto chegámos à corrida final em “crise de resultados”, tornando a história um pouco incoerente.
Por isso fica o conselho, não joguem este modo num nível muito facilitado para não criar um grande contraste entre o que se passa dento de pista e a história em torno da equipa.
Modo Carreira
Um dos modos mais populares do franchising da Codemasters é o seu modo carreira onde podemos criar o nosso próprio piloto (e ou equipa) e correr contra os pilotos atuais de Formula 1. Em qualquer das opções tomamos decisões sobre que peças devemos desenvolver primeiro através de pontos de experiência ganhos nas corridas e no cumprimento de determinados objetivos.
No entanto, apesar da sua popularidade, o modo carreira de F1 23 não trouxe grandes novidades. Além das novidades transversais a todos os modos de jogo como a atualização dos carros/pilotos e a introdução da nova distância de corrida, tudo o resto manteve-se bastante inalterado comparativamente ao título anterior.
Uma das opções que em tempos teve presente e que continua em falta são os desafios especiais com carros históricos, que nos permitia conduzir alguns dos clássicos que ficaram imortalizados na história da F1.
F1 World
Este novo modo substitui o antigo F1 Life que esteve presente na edição anterior.
F1 World funciona um pouco como um hub que explora a componente multiplayer que o jogo oferece. Podemos criar a nossa equipa, decorar o nosso carro, desenhar o nosso avatar e competir numa das diversas opções que o jogo oferece.
Nem todas as corridas precisam de ser online. Neste modo também é possível correr contra IA seja via corridas completas seja através do cumprimento de objetivos.
Quanto mais alto conseguirmos ficar e mais objetivos conseguirmos atingir mais moeda virtual e pontos de experiência conseguimos obter. Além disso recebemos itens que melhoram a performance do carro, sejam esses itens mecânicos ou de itens de funcionários que conseguem trazer boosts específicos para o nosso carro. De certa forma toda esta mecânica se assemelha um pouco ao tão famoso Ultimate Team de EA Sports FIFA.
Neste modo é também possível também optar por correr com um piloto e carro existente quer em multiplayer quer em single player.
De referir também que é com a evolução dentro e fora de pista que vamos conseguindo subir no nosso ranking, assim como no nível da nossa licença. A licença varia entre o D (mais baixo) e o A (mais alto) sendo que a dificuldade da AI e das ajudas no jogo variam consoante o nível da licença. Obviamente que as recompensas também variam consoante a dificuldade/licença que escolhamos correr.
Gráficos
F1 23 permite-nos optar por dois modos gráficos. Performance ou Fidelity.
Enquanto no modo performance conseguimos correr a 120fps com uma resolução de 1440p, no modo fidelity atingimos uma resolução 4K a correr em 60fps.
Embora as diferenças sejam mínimas, é possível ver algumas diferenças na definição das paisagens. Ainda assim para a análise do jogo optámos pela opção com maior resolução que corre a 60fps que apresenta uma fluidez perfeita e sem qualquer tipo de quebra.
É também importante referir que o motor do jogo já começa a acusar algum desgaste. Nota-se que, graficamente, o jogo já não apresenta um nível muito elevado. Os gráficos continuam com uma boa qualidade, mas já não se diferenciam de outros títulos como em tempos aconteceu.
Outro dos problemas que sentimos foi o facto da navegação dos menus não ser muito amigável. É verdade que F1 23 oferece uma enorme quantidade de opções e parametrizações, mas nem sempre intuitivas de chegar.
