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Evil Below – Análise

evil below
Release Date
17 Fevereiro, 2023
ESTÚDIO
Fire Raven Studios
GÉNERO
FPS de terror
PLATAFORMA
PS4 e PS5

Evil Below oferece-nos um jogo de terror bastante imersivo mas que infelizmente é assombrado por algumas decisões tomadas no desenvolvimento do jogo que acabam por servir como fator desmotivante para o jogador.

Evil Below foi o vencedor da 6ª edição  Prémios PlayStation Talents em Portugal. Trata-se de um jogo desenvolvido pela Fire Raven Studios de Fábio Barbosa e José Ortega e que além de de ter ganho o prémio principal de Melhor Jogo da edição, conseguiu ainda arrecadar os prémios de Jogo mais Inovador e Melhor Utilização das Plataformas PlayStation.

Trata-se de um jogo de terror numa perspetiva de primeira pessoa. Uma das características mais interessantes do jogo é a sua interação com o microfone dos comando Dualshock/Dualsense.

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Down we go

Começamos o jogo na perspetiva de uma mãe que tem um acidente de carro com o seu filho ao lado, e que acorda num lugar misterioso e sem alma viva por perto.

Os primeiros passos são de ambientação com o mundo que nos rodeia. Muitas florestas e muralhas e pedras caídas no chão. Vemos também alguns seres que assertivamente nos dão algumas pistas sobre o propósito de estarmos ali.

Existem dois tipos de arma que podemos ter. De combate combate corpo a corpo, como um machado, uma pá, uma foice, ou de alcance como uma pistola, uma espingarda ou mesmo um tijolo.

As armas de combate próximo tem diferentes níveis de dano. Assim uma faca faz muito menos dano do que uma pá por exemplo. No entanto, existe também uma barra de stamina e a escolha da arma influencia a stamina gasta. Uma “pázada” faz mais dano do que uma facada, mas gasta bem mais stamina. Cabe ao jogador escolher a arma que mais se ajusta ao seu estilo de jogo.

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A verdade é que existe um número considerável de inimigos que acham que não devíamos estar ali. Uns são mais fáceis de ultrapassar do que outros, oscilando entre inimigos que apenas nos dão pontapés até autênticos samurais protegidos com uma armadura.

Infelizmente o sistema de combate não é um dos pontos fortes do jogo. O sistema de combate é extremamente básico sem ser propriamente divertido. Existe um botão de ataque e um de “antecipação” que devemos usar antes do ataque inimigo, e que o imobiliza durante uns segundos. Nesses segundos descarregamos golpes até a nossa stamina terminar (ou perto disso) e voltamos a repetir o processo até o nosso inimigo cair.

No entanto há inimigos que não são combatíveis. Basicamente, e nesses casos, a nossa única solução é fugir, quando tal é possível. Existe um inimigo em particular do qual não conseguimos fugir, pois ele é bem mais rápido do que nós, e a única solução é imobilizá-lo durante uns segundos com uma arma de longo alcance.

Desafio versus frustração

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Pegando no tema dos inimigos invencíveis, Evil Below é um jogo difícil. Não é difícil detetar algumas influências da saga Souls. No entanto e ao contrário da saga Souls penso que muitas das mortes que tive não foram justas ou merecidas, e isso acabou por resultar em frustração.

De referir que não podemos salvar o progresso do jogo em qualquer altura e sempre que quisermos. Existem locais próprios para fazermos o save, dando um local de repouso para a nossa alma, sendo que esse local só pode ser usado uma vez alternada, isto é, se eu salvar o jogo no sítio X não poderei voltar a usar esse mesmo local para salvar o jogo. Terei de ir até ao ponto Y, salvar o jogo aí, para poder salvar novamente no sítio X.

Este mecanismo funciona um pouco como faca de dois gumes. Se por um lado dá um maior valor a cada vida que temos e ao progresso que não queremos perder, por outro acaba por frustrar o jogador visto que algumas mortes nem sempre são merecidas ou justas.

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Ao contrário da saga souls, em Evil Below o nosso personagem não evolui o suficiente para facilmente passar pelos inimigos. Existem upgrades de vida e stamina mas que não são game changers e que nada interessa contra os inimigos invencíves.

Outra das críticas é a ausência de um mapa. Acaba por ser uma opinião extremamente subjetiva, mas a verdade é que o mapa principal (o Hub) situado numa floresta com ruínas, acaba por não ser suficientemente diferenciada, e se um jogador tem de dar uma corridinha para evitar inimigos, rapidamente perde o norte.

Apesar de ter sido uma opção técnica, penso que o jogo ficaria a ganhar muito se tivesse um mapa ou no mínimo uma espécie de bússola que ajudasse o jogador a orientar-se melhor.

Ambiente de alto nível

Um dos pontos mais fortes de Evil Below é o seu ambiente. Com uma banda sonora simples mas extremamente eficaz faz-nos ficar sempre numa tensão contínua. Isso aliado a alguns monstros bem desenhados e assustadores oferece-nos uma imersão acrescida.

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Para essa imersão, e como já referimos anteriormente, também ajuda o facto de não termos muitos save points e estarmos num constante receio de perder o progresso que fizemos desde a ultima vez que salvámos o jogo.

O uso do microfone do comando poderia ser mais um fator a acrescentar à imersão, mas infelizmente acaba por não ter grande impacto. A ideia em si está bastante bem conseguida, onde o ambiente em que estamos a jogar interfere no jogo, ou seja se tivermos em casa a ouvir música isso irá se refletir no jogo e alertará os nossos inimigos. Infelizmente esse tipo de situações são raras, principalmente porque não encontramos muitas situações dessas durante o jogo. Um cenário perfeito para esse mecanismo seria se o stealth fosse mais utilizado.

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Evil Below
Evil Below é um jogo cativante e imersivo. No entanto pela sua dificuldade, quer na orientação quer no combate, acaba por gerar alguma frustração que rapidamente se transforma em desmotivação para com o jogo.
Positivo
Ambiente do Jogo
Imersão
A melhorar
Gráficos um pouco desatualizados
Falta de um mecanismo de orientação
Dificuldade
6

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