A PlayStation 5 traz-nos de volta a adorável personagem Astro Bot, numa nova aventura que promete ser tão divertida quanto memorável. Este título reafirma que um jogo não precisa de ser complexo ou elaborado para proporcionar uma experiência de jogo envolvente e gratificante. Às vezes, a simplicidade é a chave para o verdadeiro entretenimento.
Astro Bot faz-nos recordar os clássicos de outrora, com mecânicas simples, mas eficazes. Ao contrário de muitos jogos modernos que se destacam pela sua narrativa densa, ambientes ricos e realismo impressionante, Astro Bot segue um caminho distinto. É a antítese de tudo isso: um jogo que privilegia a diversão acima de tudo, oferecendo-nos o mais importante – horas de entretenimento puro recheado de nostalgia dedicada a quem cresceu no universo de videojogos PlayStation.
Narrativa não é o ponto chave
Como já mencionado, a narrativa de Astro Bot é minimalista, servindo apenas como um pano de fundo para as aventuras que nos aguardam. A história começa com os Astro Bots a viajar pelo espaço na sua PlayStation 5 (sim, isso mesmo!), quando de repente são atacados por uma nave alienígena que rouba o chip da consola, provocando a sua queda e espalhando os seus componentes por várias galáxias.
Este enredo, apesar de simples, é o que dá o mote para a ação. Cada uma das seis galáxias que exploramos está repleta de planetas distintos, cada um com a sua própria estética, mecânicas, inimigos e bosses.
A variedade e criatividade presente em cada planeta tornam a exploração sempre entusiasmante e imprevisível. Ao explorar os diferentes planetas, estamos sempre à procura dos vastos segredos espalhados nos seus cantos, ora por via de personagens icónicos do universo PlayStation que se encontram perdidos ou porque estamos atrás de uma simples moeda que está num recanto que desafia a nossa criatividade para o atingir.
A melhor experiência sensorial da PlayStation 5
Para aqueles que já jogaram Astro’s Playroom, que veio pré-instalado com a PlayStation 5, as mecânicas de jogo serão familiares. Contudo, esta nova aventura expande consideravelmente essas mecânicas, introduzindo novos elementos que aumentam a diversão e a profundidade do jogo.
Com cerca de 80 níveis disponíveis, Astro Bot oferece um universo vasto para explorar. A jornada começa com seis galáxias para explorar e ainda recantos escondidos nas diferentes galáxias que vão surgindo à descoberta. A missão do nosso pequeno herói é recuperar os componentes necessários para reconstruir a consola que actua como nave espacial dos nossos amigos.
Existe ainda um planeta central que funciona como o Hub do jogo, onde podemos ver a PlayStation danificada e os Astro Bots que salvamos ao longo das nossas aventuras. Neste planeta recheado de destroços, encontram-se ainda diferentes zonas que vão sendo desbloqueadas com a ajuda dos Astro Bots bem como pequenos easter eggs que deixaremos para quando forem jogar.
Para o infinito…e mais além!
O sistema de navegação entre planetas e galáxias é reminiscente de Mass Effect 2, com um mapa estelar que nos permite escolher o nosso próximo destino. Em cada planeta, o objetivo principal é salvar outros Astro Bots, que muitas vezes estão aprisionados em locais que homenageiam personagens icónicas dos videojogos. Por exemplo, o Astro Bot inspirado em Crash Bandicoot está preso numa jaula de maçãs, num claro tributo ao clássico da Naughty Dog.
Este cuidado em integrar referências a jogos clássicos dá a Astro Bot uma camada adicional de nostalgia, fazendo com que o jogo funcione quase como uma viagem pela memória dos videojogos. Um dos exemplos mais notáveis é o nível dedicado a Ape Escape, que certamente encantará os fãs de longa data. Nem Kratos escapou à homenagem, “boooy!”.
Por outro lado, por vezes há uma sensação agridoce no ar. O facto de reunir-se centenas de personagens do universo da PlayStation num só espaço e sabendo que muitos deles tão cedo não voltam a ser jogados por nós. O universo de propriedade intelectual da PlayStation é tão vasto e é uma pena alguns nomes estarem tão apagados nos dias de hoje.
Astro Bot: Dualsense é o rei da festa
Mas Astro Bot não se resume apenas ao passado. Se em Astro’s Playroom assistimos a uma demonstração do potencial do DualSense, nesta nova versão, a Team Asobi eleva a fasquia ao máximo. As funcionalidades do comando são exploradas de maneira impressionante, desde a sensação dos passos às vibrações específicas de cada contexto, passando pelos sons emitidos pelo comando. É um verdadeiro showcase do potencial do DualSense, que ainda não foi devidamente explorado por muitos outros estúdios.
É a melhor experiência sensorial no mundo dos videojogos e está ao alcance das nossas mãos.
O equilíbrio perfeito de dificuldade
Apesar de à primeira vista Astro Bot parecer um jogo simples e acessível, ele também oferece desafios. Embora a maioria do jogo seja relativamente fácil, existem partes que requerem mais habilidade, seja nas lutas contra bosses, seja em secções mais exigentes de plataformas. Além disso, o jogo introduz mecânicas novas à medida que avançamos, como a capacidade de inflar para alcançar plataformas elevadas, usar um propulsor para atravessar paredes de vidro ou até transformar o nosso amigo num rato capaz de ultrapassar os recantos mais escondidos.
Se os níveis de progresso na história são acessíveis, os níveis adicionais que vão surgindo acabam por ser bem mais desafiantes, mas, ao mesmo tempo, possíveis. A duração destes é mais curta e não existem checkpoints, se caímos, voltamos ao início. Isto revela o esforço notório da Team Asobi em construir um jogo que possa ser jogado dos mais novos, aos mais velhos.
Além disso, foi conseguido algo ainda melhor: a capacidade de unir um grupo de amigos ou família à volta da televisão. Durante esta análise, os mais novos da casa experimentaram esta aventura por um par de minutos e mesmo progredindo nos níveis, acabavam por pedir uma mãozinha aos mais velhos nas secções mais desafiantes.
Com uma duração aproximada entre 10 a 12 horas (sem contar com as horas em que andaremos a repetir níveis por diversão), Astro Bot oferece conteúdo suficiente para manter os jogadores entretidos. A exploração é incentivada, com muitos níveis a esconderem segredos que levam a novas dimensões ou galáxias, proporcionando experiências únicas, como, por exemplo, um planeta completamente pixelizado. A linearidade do jogo é complementada pela possibilidade de revisitar níveis anteriores em busca de colecionáveis, aumentando a longevidade do título.
Visualmente colorido, animado e com físicas de impacto incríveis
Graficamente, Astro Bot mantém a qualidade visual do seu antecessor, correndo a sólidos 60 frames por segundo sem qualquer quebra ou bug. A paleta de cores vibrante e os ambientes detalhados são um verdadeiro deleite para os olhos, com cada planeta a apresentar uma estética única que enriquece a experiência visual. O cenário não é só vivo nas suas cores mas também na forma como reage e interage com o nosso Astro Bot. Praticamente tudo é sujeito a interação e damos por nós horas a fio só a procurar com o que conseguimos interagir.
Juntamente com o lançamento do jogo, a Sony disponibilizou uma edição limitada do comando DualSense dedicada a Astro Bot, embora, infelizmente, esta já esteja esgotada.
Um final de ano em grande com a mascote da PlayStation
Astro Bot é um exemplo perfeito de como um jogo não precisa de ser excessivamente complexo para ser divertido. A combinação de jogabilidade inovadora, gráficos vibrantes e uma boa dose de nostalgia torna-o numa das melhores experiências disponíveis na PlayStation 5. Seja para fãs de longa data ou novos jogadores, Astro Bot promete horas de diversão e uma viagem memorável pelo universo dos videojogos.
A nova mascote da PlayStation veio para ficar e quem sabe, um dia está a concorrer com nomes como Super Mario e Sonic, outros icónicos heróis de jogos de plataformas que defenderam as cores de outras consolas: o futuro é certo, Astro Bot veio para ficar e promete deixar uma marca que nos mais novos, os irá acompanhar como o Super Mario acompanhou a geração dos anos 80 até aos dias de hoje.